segunda-feira, 19 de outubro de 2015

9mm, .40 ou 45? FBI decide pelo uso do calibre 9mm, veja o porque.


Em discussões no curso de formação, quando perguntam sobre calibres, sempre era citado um estudo sobre a relação “stopping power” e capacidade do carregador para a escolha dos calibres policiais, especialmente o .40, adaptação do que seria o 10mm para um armamento mais compacto.
A seguir estudo do FBI que apresenta a teoria de que  tudo isso não passa de mito quando considerada a gama de pontas de munições para os calibres de hoje. O principal, determinação de padrões policiais com base científica.



FBI decide pelo uso do calibre 9mm, e esta escolha fundamenta-se em grande base científica.
O debate sobre calibre de armas é mais um mito do que qualquer outra coisa. O melhor calibre para cada um, é o que garante eficácia no tiro. Contudo uma enorme quantidade de evidências científicas dos laboratórios balísticos do FBI ajudam a solidificar e justificar a sua recente mudança para o calibre 9 milímetros.
No início deste ano o FBI anunciou a retomada do calibre 9mm depois de descobrir que o  40S&W estava causando muito desgaste às suas armas de fogo.
A reportagem abaixo foi extaída do site looserounds.com,  a justificação abaixo vale a pena ser lida, e pode mudar a opinião de muitos sobre a escolha (quando possível) do calibre a ser usado.
FBI 9MM
Justificativa

FBI - Divisão de Treinamento: FBI Academy, Quantico, VA
Sumário Executivo da Justificação para Padrões de Uso Policial
•  Os debates sobre Calibres policiais tem existido por décadas
• A maioria do que é "de conhecimento da maioria" sobre munição e seus efeitos sobre o alvo humano estão baseados no mito e folclore.
• Os projéteis devem ser o último ferimento do oponente, discutir sobre projétil deve ser a base para a discussão sobre o qual "calibre" é o melhor.
• Todos os calibres policiais possuem projéteis que têm uma elevada probabilidade de falhar em um tiroteio polical, e há projéteis que têm uma alta probabilidade de sucesso para o polical envolvido em um tiroteio.
• O poder de parada de uma arma é simplesmente um mito.
• O fator mais importante na efetividade de um ferimento a um alvo humano é ter penetração a uma profundidade cientificamente válidos (FBI usa 12"-18").
• O polical perde entre 70-80 por cento dos tiros disparados durante um tiroteio.
• Projeteis atualmente (desde 2007) têm aumentado dramaticamente a eficácia da balística terminal de muitos projéteis policiais de linha premium (especialmente os Luger 9mm).
• Os 9mm Luger oferece projéteis premium que são, sob condições de teste idênticos, superiores a maior parte da linha premium .40 S & W .45 e Auto (projéteis testados pelo FBI).
· 9mm Luger oferecem maior capacidade de tiros nos carregadores, menos recuo, menor custo (em munição e reparos nas armas) e índices de confiabilidade mais elevados quanto ao funcionamento (em armas do FBI)
• A maioria dos atiradores do FBI em linhas de tiro são ambos, mais rápidos e mais precisos com a Luger 9mm em comparação com .40 (armas de porte semelhantes) S & W.
• Há pouca ou nenhuma diferença perceptível nas linhas de perfuração projéteis premium entre 9 milímetros Luger até .45 Auto
• Dada construção das munições contemporâneas, policiais que tem munição Lugers 9mm podem ter o potencial de desempenho final de qualquer outro calibre de pistola com nenhuma desvantagens quando comparada aos calibres "maiores".

Justificação para Padrões de Policiamento
Raramente na aplicação da lei um tema agita um debate mais apaixonado do que a escolha de calibre de arma curta em instituições policiais. Algumas opiniões repetem o velho ditado "quanto maior, melhor", enquanto outros contam histórias nas quais um calibre menor falhou e um calibre maior "teria se saído muito melhor." Alguns até creêm que um existe um calibre que irá fornecer um "único tiro." Tem sido afirmado: "as decisões sobre seleção munições são particularmente difíceis, porque muitas das questões pertinentes relacionadas com armas de fogo e munições estão firmemente enraizados no mito e folclore." Isso ainda é tão verdadeiro hoje quanto há 20 anos.
O calibre, quando considerado sozinho, traz um conjunto exclusivo de fatores a serem considerados, como a capacidade do carregador para um determinado tamanho de arma, a disponibilidade de munição, recuo, peso e custo. O que raramente é discutido, mas mais relevante para o debate calibre é qual projétil está sendo considerado para o uso e seu potencial de desempenho da balística terminal.
Nunca se deve debater sobre um calibre sem considerar outros fatores. O projétil (ponta) é o que em última análise, causa o ferimento, e é aí onde o debate / discussão deve centrar-se. Em cada um dos três calibres mais comuns em forças policiais (9 milímetros Luger, 0.40 Smith & Wesson e 0.45 AUTO) existem projéteis que têm uma alta probabilidade de falha e uma alta probabilidade de sucesso para os policiais durante um tiroteio. A escolha de um projétil deve obedecer um alto grau de avaliação científica, a fim de selecionar a melhor opção disponível.

Entendendo a realidade da balística terminal do calibre
Muitos dos chamados "estudos" foram realizados, e muitas análises de dados estatísticos foram adotadas em relação a esta questão. Estudos simplesmente envolvendo mortes de disparo são irrelevantes desde que o objetivo da polícia é neutralizar uma ameaça durante um embate envolvendo força letal o mais rápido possível.  A discussão se ocorre ou não a morte da ameaça não deve gerar consequência, desde que se evite  a morte ou lesões graves a agentes policiais e terceiros inocentes.

"O conceito de incapacitação imediata é o único objetivo de qualquer tiro policial e é deve basear estudos relativos a armas, munições, calibres e treinamento." 1
Estudos de "stopping power" são irrelevantes, porque ninguém jamais foi capaz de definir o quanto de energia, força, ou energia cinética, em si, é necessário para efetivamente parar rapidamente um oponente violento e determinado, e até mesmo os maiores calibres de arma não são capazes de fornecer tal força. Poder de parada de armas curtas é simplesmente um mito. Quais os estudos? O chamado "tiro singular de parada" que é utilizado como uma ferramenta para definir a eficácia de um cartucho de arma curta, em oposição à outra, são irrelevantes, devido à incapacidade para explicar influências psicológicas e devido à falta de reportar a exata colocação do tiro.
Em resumo, extensivos estudos têm sido feitos ao longo dos anos para "provar" que um certo cartucho é melhor do que outro, utilizando uma metodologia grosseiramente falha e preceitos tomados a partir de manipulações de estatísticas. A fim de ter uma compreensão significativa de balística terminal de arma, deve-se lidar com fatos analisados dentro da comunidade médica, ou seja, realidades médicas, e aqueles que também são geralmente aceitos na atividade policial, ou seja, realidades táticas.

Realidades médicas
Tiros no Sistema Nervoso Central (SNC), ao nível da coluna cervical (pescoço) ou acima, são os únicos meios de causar a incapacidade imediata de forma confiável. Neste caso, qualquer dos calibres utilizados na aplicação da lei, independentemente de expansão do projétil, seria obviamente suficiente. Diferente de tiros no Sistema Nervoso Central, para assegurar incapacitação rápida, deve-se colocar os tiros em direção a grandes órgãos vitais, causando, assim, rápida hemorragia. Simplificando, colocação do tiro é o componente mais crítico para alcançar um ou outro método de incapacitação.
A analise de ferimentos de projéteis de fuzil e armas curtas são muito diferentes devido às diferenças dramáticas na velocidade, isto será discutido em mais detalhes. Os fatores de ferimento, em ordem de importância, são os seguintes:

A. Penetração:
Um projétil deve penetrar profundo o suficiente dentro do corpo para alcançar os grandes órgãos vitais, ou seja, coração, pulmões, da aorta, a veia cava e a um menor grau fígado e baço, de modo a provocar hemorragia rápida. Existe há tempos a tese de profissionais médicos especialistas, com experiência em avaliação de feridas de bala, que isto equivale a uma gama de penetração de 12? a 18 polegadas, dependendo do tamanho do indivíduo e o ângulo da trajetória da munição (por exemplo, através do braço, ombro, etc.). As modernas pontas expansivas alcançaram este objetivo, ainda que de forma mais consistente com alguns projéteis de aplicação da lei do que outros. (1 Handgun Wounding Factors and Effectiveness: Firearms Training Unit, Ballistic Research Facility, 1989.)



B. Cavidade Permanente:
A medida em que um projétil se expande é determinado o diâmetro da cavidade permanente do tiro, que, em termos simples, é a porção do tecido que está em contacto direto com o projétil e, por conseguinte, é destruído. Juntamente com a distância de perfuração do projétil (penetração), a cavidade permanente total é calculada. Devido à natureza elástica dos tecidos humanos e à baixa velocidade de projéteis de armas curtas em relação a projéteis de fuzil, profissionais médicos com experiência na avaliação de ferimentos a bala,  relatam que o dano no percurso de ferimento observado na autópsia ou durante cirurgia não pode ser diferenciado entre os calibres de arma comuns utilizados na pela polícia. Isso quer dizer que um cirurgião sala de operações ou Médico Legista não consegue distinguir a diferença entre feridas causadas por  calibres de 0.35 a 0.45.

C. Cavidade Temporária
A cavidade temporária é causado pelo tecido esticado para o lado da cavidade permanente. Se a cavidade temporária é feita rápido o suficiente nos tecidos elásticos, a força tênsil do tecido pode ser excedida, resultando em ruptura dele. Este efeito é visto em projéteis de velocidade muito elevada, tais como fuzis, mas não é visto com calibres de armas curtas. Para a cavidade temporária da maioria dos projéteis ter um efeito sobre o ferimento, sua velocidade deve exceder cerca de 2000 fps. Nas velocidades mais baixas, a cavidade temporária não é produzida com velocidade suficiente para ter qualquer efeito no ferimento; portanto, qualquer diferença na cavidade temporária observada entre os calibres de arma curta é irrelevante. "A fim de provocar ferimentos significativos a uma estrutura, uma munição de arma curta deve atingir a estrutura diretamente."  (2 2 DiMaio, V.J.M.: Gunshot Wounds, Elsevier Science Publishing Company, New York, NY, 1987, page 42.)

D. Fragmentação:
A fragmentação pode ser definida como "pedaços secundários de projéteis ou fragmentos de osso, que são impelidas para fora a partir da cavidade permanente e pode separam tecidos musculares, vasos sanguíneos, etc., para além da cavidade permanente" 3. A fragmentação não ocorre com certeza em ferimentos leves por arma devido às baixas velocidades das munições das armas curtas. Quando a fragmentação ocorre, os fragmentos são encontrados geralmente no limite de um centímetro (0.39 ") da cavidade permanente, pois a maioria das munições policiais modernas premium, agora comumente utilizam revestimento de cobre, a probabilidade de fragmentação é muito baixa. Por estas razões, os efeitos secundários ferindo a qualquer arma de fragmentação bala calibre são consideradas irrelevantes. 3 Fackler, M.L., Malinowski, J.A.: “The Wound Profile: A Visual Method for Quantifying Gunshot Wound Components”, Journal of Trauma 25: 522?529, 1958. 4 Handgun Wounding Factors and Effectiveness: Firearms Training Unit, Ballistic Research Facility, 1989.

Efeitos Psicológicos
Qualquer discussão sobre neutralizar adversários armados com uma arma curta tem de incluir o estado psicológico do adversário. Os fatores psicológicos são, provavelmente, o mais importante quanto a rápida incapacitação de um tiro no torso. Em primeiro lugar, contar  com efeitos psicológicos de quem foi baleado nunca pode ser levado em conta para parar um indivíduo convicto que quer agir voluntariamente. Aqueles que param geralmente fazem isso porque eles decidem, não porque eles devem parar.
Os efeitos da dor são muitas vezes inibidos devido a padrões secundários de sobrevivência, as reações de  "lute ou fuja", influências de drogas / álcool e, no caso de raiva ou agressividade extrema, a dor pode ser simplesmente ignorada. Aqueles sujeitos que decidem parar imediatamente após ser baleado no torso fazem-no geralmente porque eles sabem foram baleados, e estão com medo da lesão ou da morte, independentemente do calibre, velocidade ou projeto bala. Deve-se também notar que os fatores psicológicos podem ser uma das principais causas de incapacitações e, como a colocação adequada do tiro, uma penetração adequada, e vários tiros no alvo, os fatores psicológicos não devem ser superavaliados.

Realidades Táticas
A colocação do tiro é primordial e em média um policial atinge um adversário com apenas 20-30 por cento dos tiros disparados durante um tiroteio. Dada a realidade a colocação dos tiros é fundamental (e difícil de calcular, dada a infinidade de variáveis ​​presentes em um encontro de forças letais) na obtenção de incapacitação eficaz, então o calibre utilizado deve maximizar a probabilidade de atingir órgãos vitais. Tiroteios envolvendo forças policiais tipicamente resultam em apenas um ou dois tiros no torso do oponente. Assim, seja qual for o projétil que atinja o torso ele deve ter a maior probabilidade possível de penetrar profundamente o suficiente para interromper um órgão vital.

O Estande da Ballistic Research conduziram um teste que comparou o porte de pistolas Glock  .40 S & W e 9mm, para comparar o porte e o sucesso de ambos. Até o encerramento da pesquisa, a maioria dos participantes do estudo têm disparado mais rapidamente e com mais precisão com pistolas Glock calibre 9 milímetros. A 9 milímetros fornece melhor chance de sucesso pois melhoram a velocidade e a precisão dos atiradores mais qualificados.

Conclusão
Algumas instituições policiais fizeram a transição para calibres maiores do Luger 9mm nos últimos anos, sacrificaram a capacidade reduzida do carregador, um maior recúo, e  se feita uma seleção de tipo de projétil mais adequado, sem aumento perceptível no desempenho do terminal.

Outras organizações policiais parecem estar fazendo o movimento de volta para 9 milímetros Luger aproveitando as novas tecnologias aplicados às pontas 9mm Luger. Estas organizações estão fornecendo ao seus pessoal a melhor chance de sobreviver a um embate armado, uma vez que pode esperar linhas tiro mais rápidos e precisos, as capacidades dos carregadores mais elevadas (e tamanhos próximos) e todo o desempenho terminal que pode ser esperado de qualquer calibre policial.


Pelo relatado acima e o fato de que vários fabricantes de munição agora fazer munição policial Luger de 9mm com linha premium, a mudança para 9 milímetros Luger pode ser vista como uma vantagem decisiva para o nossos policiais.

Traduzido do: http://concealednation.org/2014/10/fbi-decides-on-9mm-as-their-1-choice-and-have-tons-of-science-behind-their-decision/

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Reação - Seguindo sua linha de defender sua classe contra ataques descabidos, o Delegado Cláudio Marques reage à prisão questionável feita pelo MP.

Reproduzo "ipsis literis" o texto da Ilustríssima Autoridade Policial.


Nota de esclarecimento ao público sobre a Operação Aquiles

15 de outubro de 2015

Sobre a mais recente operação do GAECO-Curitiba, batizada de operação Aquiles, repudiamos veementemente a prisão ilegal do Delegado Rubens Recalcatti e dos Investigadores que participaram da operação policial que resultou em confronto e morte de Ricardo Geffer, pois mais uma vez, á semelhança do Caso Tayná, adotou-se a postura de utilizar a prisão dos Policiais como mecanismo de tortura psicológica na tentativa tosca de obter uma delação premiada.
O Delegado Rubens Recalcatti é um Policial corajoso e dedicado, que sempre honrou a confiança que a sociedade lhe depositou. Antes de desencadear a operação policial que resultou no confronto e morte do infrator, ele solicitou o apoio do GAECO, e a resposta foi no sentido de que o GAECO não iria se envolver.
Como Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná, antes da tal operação Aquiles, estive em reunião com o Procurador Geral de Justiça Dr. Gilberto Giacóia e relatei que o Delegado Rubens Recalcatti e todos os Investigadores que participaram da operação que resultou no confronto estavam a disposição para prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.
O próprio Dr. Rubens Recalcatti esteve pessoalmente conversando com o Procurador Geral e com o Corregedor do Ministério Público, se dispondo a prestar as informações necessárias. Não nos opomos às investigações do fato, mas classificamos a prisão do Delegado e dos Investigadores como medida midiática, desnecessária, arbitrária, insana e covarde.
O método de reconhecimento utilizado contra os integrantes da Polícia Judiciária é completamente diferente do método utilizado no reconhecimento dos Policiais do GAECO que também foram acusados de tortura no caso Robson Vieira.
No local do confronto que resultou na morte de Ricardo Geffer, os celulares dificilmente funcionam. Promotores que integram o GAECO sequer têm noção do que é um confronto, pois suas ações só são desencadeadas contra pessoas responsáveis, com endereço fixo e profissão definida, e que jamais oporão resistência ou atentarão contra a integridade física dos executores das medidas;ainda que estas MEDIDAS sejam arbitrárias e injustas.
Todavia, os reiterados abusos poderão resultar em uma tragédia sem precedentes.
Mais uma vez se percebe que o GAECO desencadeará ações visando desestabilizar a administração do atual Secretário de Segurança Pública, pois o Procurador Leonir Batisti alimenta o grande sonho de um dia ocupar o cargo, mas ele sabe que mantém oculto “um tendão de Aquiles”.
Desafiamos, novamente, os Promotores do GAECO a discutir publicamente o Caso João Marcos, o Caso Tayná e o Caso de tortura ocorrido dentro das dependências do GAECO. Neste caso, investigado pelo próprio GAECO, pediu o arquivamento do feito alegando que não havia indícios de tortura realizadas pelo GAECO. Uma comédia.
O Procurador Geral demonstra preocupação para que não seja instalada uma crise. A crise já está instalada e a resposta das Entidades de Classe será justa, porém dura e implacável. Para atingir a honra e a dignidade de nossos Policiais, o acusador deve ter no mínimo qualificação moral e vida íntegra, o que não é o caso de alguns promotores e procuradores.
Casos como da Promotora do GAECO de Londrina e do promotor Henrique Bolzanie companhia, jamais chegariam ao conhecimento público se o secretário de segurança fosse um promotor ou procurador de Justiça.
Quando um Delegado de Polícia ou Coronel da Polícia Militar, é o secretário de segurança, torna-se mais difícil aos membros do Ministério Púbico a ocultação de seus crimes, razão pela qual desejam que esteja a frente da pasta da segurança pública um promotor de justiça, preferencialmente omisso e covarde, para constranger as Polícias ao silêncio absoluto no que se refere aos crimes do Ministério Público.
Mais uma vez desafio o Procurador Geral de Justiça a abrir os arquivos da Corregedoria do Ministério Público do Paraná para que a sociedade possa verificar qual das duas instituições é mais rigorosa no trato com desvios de conduta de seus membros.
15 de outubro de 2015.

Claudio MARQUES Rolin e Silva
Delegado de Polícia
Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná
Coordenador Geral de Ações da Comissão de Direitos Humanos Irmãos Naves

fonte: http://sidepol.org.br/2015/10/nota-de-esclarecimento-ao-publico-sobre-a-operacao-aquiles/

sábado, 10 de outubro de 2015

Utilização da Trava de Segurança



Faz um tempo que existia um dito nos meios policial, militar, ou nos que usam regularmente armas de fogo: “minha trava é o meu dedo”. Ou seja, nesta concepção a arma nunca está sujeita a disparos a não ser que esteja empunhada.

Inúmeras histórias sobre incidentes com tiros não intencionais contradizem este dito. Eles podem ocorrer por uma série de fatores, por engatar em algum obstáculo, em partes do equipamento, por momentos de distração onde o dedo entra no guarda-mato e há uma oscilação de terreno; ou mesmo o acesso ao armamento de pessoa não habilitada. A trava de segurança se mostra um equipamento que pode diminuir o números dessas estatísticas, e com o treinamento correto continuar com a mesma velocidade e eficácia do uso da arma destravada.

Antes de mais nada, é necessário se diferenciar superficialmente o funcionamento da arma em ação simples e dupla.
Ação Simples: acionamento do gatilho somente quando o cão está armado;
Ação Dupla: o gatilho funciona com o cão rebatido, e o próprio mecanismo da arma leva o cão à retaguarda e efetua o disparo num só movimento.

Assim, em geral quando as armas estão em ação simples mais o gatilho é sensível, mais se observa a necessidade do uso da trava de segurança. Espingardas com o cão mocho, como a calibre 12 pump, ou mesmo as similares da Winchester, os fuzis e metralhadoras em geral, necessitam estar engatilhadas para o disparo, ou seja, deve estar em ação simples. O mesmo ocorre, por exemplo, com as pistolas Glock, e as distribuídas para as forças policiais no Brasil, Taurus 24/7pro, 640pro; todas com o cão mocho; e as Colt e Imbel (quase todos os modelos), cujo cão é visível, mas funcionam em ação simples.

Quando a arma trabalha em ação dupla, entende-se que há no próprio sistema do armamento uma segurança maior para o trabalho sem trava.

Estabelece-se, assim, que quando a arma trabalha em ação simples, a forma mais segura e com mais eficácia do uso para ataque ou defesa é o uso da trava de segurança, e para isso, o constante treinamento é essencial. A alternativa para isso, seria trabalhar com a arma destravada, desengatilhada (quando possível), e sem munição na câmara, e na hora do saque, no grupo de movimentações para tal, incluiria-se o movimento de se levar o cão a retaguarda, e após isso prosseguir com o saque.

Ambos os treinamentos são eficazes. As forças israelenses adotam o porte sem munição na câmara, e o saque é tão eficaz quanto de quem usa o outro método. Nas unidades onde trabalhei, utiliza-se a trava de segurança, por já se ter experiências com tiros involuntários, mas isto não é porque se seja melhor ou pior que outras doutrinas, mas porque foi uma convenção de procedimentos, todos treinamos assim, e os tiros são eficazes. Uma vantagem a mais, talvez, seja que este sistema que usamos, seja aproveitado nas armas curtas e longas, o que não sobrecarrega o numero de procedimentos, um vale para os dois.

Para o saque com uso da trava, o destrave do armamento se dá momentos antes do tiro.Dentro do conjunto de movimentos, seria a seguinte sequência: 
  1. Arma em empunhadura dupla inicia movimento com o cano em direção ao alvo; 
  2. Destrava-se a arma e tira-se a "folga" do gatilho; 
  3. Disparo

Como esta página visa revisão de teorias vistas durante a formação dos policiais, mas, por segurança, não se aprofundar muito na matéria, termino por aqui. Na sequencia virão outras posições que ajudarão na qualidade do saque.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Tipos de Porte

“Motivação é a arte de fazer as pessoas fazerem o que você quer que elas façam porque elas o querem fazer.”  Dwight Eisenhower


Antes de se iniciar o trabalho com armas de fogo, é preciso se ter em mente como o operador deve se portar quanto a seu equipamento, especificamente aqui, a arma de fogo:
  •     Tratá-la sempre como ferramenta de trabalho;
  •     Ter intimidade com sua arma de fogo;
  •     Entender seu funcionamento;
  •     Entender as consequências do uso da arma de fogo;
  •     Respeitar a arma de fogo.

Assim, elegem-se algumas regras de segurança para instruções com armamento:

1. Controle de Cano - o cano deve ser apontado a um alvo somente quando se está disposto a assumir o risco de um disparo. Caso contrário, o operador estará varrendo algo que não é para ser varrido. Para qualquer deslocamento ou mesmo em posições estáticas, o cano deve estar apontado para uma posição segura. Algumas técnicas serão passadas neste sentido.

2. Dedo reto, ou seja, fora do Gatilho e Guarda Mato: o dedo somente vai para o gatilho na hora do disparo, caso contrário se encontra reto, paralelo ao cano.

3. Arma Travada ou Cão Rebatido: para armas de ação simples (trabalham engatilhadas) recomenda-se que se treine e se use a trava de segurança, porque o gatilho destas armas tende a ser bem mais sensível do que as que funcionam em ação dupla.

4. Arma no Coldre ou Bandoleira - em uma instrução, a arma somente sai do coldre, ou se manuseia quando longa, com a ordem do instrutor.

Não há o que se discutir quanto ao benefício do uso de equipamentos desenvolvidos especificamente para certas atividades. Na polícia não é diferente. Em uma pesquisa realizada pelo FBI, verificou-se que 22% dos policiais mortos ou feridos em serviço, pereceram em razão de estarem portando coldres e cintos considerados impróprios para o uso ostensivo. Desse percentual de vítimas, 9% foram atingidos antes de sacar a arma porque a construção do coldre não permitia uma apresentação rápida da mesma (saque). 11% tombaram mortalmente porque tiveram suas próprias armas arrebatadas pelo marginal quando em luta corporal; 02% em razão da queda da arma, face o coldre não possuir um sistema de retenção adequado. 

Partindo-se daí, existem dois tipos essenciais de portes de arma:
- Porte Ostensivo = utilizados por policiais devidamente identificados, fardados ou guardas uniformizados. e
- Porte encoberto = este dividido em Porte Velado (imposição legal) e Porte Secreto (escondido).
Antes de exemplificar alguns exemplos de porte, cabe ressaltar que a princípio não há porte errado, mas há certas ocasiões mais indicadas para certos tipos de porte, porém é importante que o policial tenha um que use no dia-a-dia, e treina seu saque de acordo com o porte que escolheu.

MEXICANO
O jeito correto para o porte é o seguinte:

Isto porque na hora de se empunhar a arma, a maior parte dos dedos ira pelo espaço contrário ao corpo, e somente o polegar entra entre as costas e a arma do policial. Evidentemente, mesmo com treinos, este porte tem a desvantagem de um saque mais demorado, a sua vantagem é a dissimulação quanto a quem vem da frente do policial.

FRONTAL DIRETO

Este saque apresenta uma falsa sensação de segurança e conforto; a retenção dele é prejudicada em ataques pela frente bem como o saque, porque o agressor pode facilmente identificar e travar um saque somente segurando o braço do policial. Além disso, fica a arma constantemente varrendo a perna e os órgãos genitais de quem está portando a arma. Porém pode ser indicado em serviços velados, principalmente quando em motos.

FRONTAL CRUZADO

Bom para serviço de segurança de dignitários, pois o policial pode manter a mão  empunhando a arma escondida pelo paletó. O saque fica prejudicado, bem como a retenção assim com o é no frontal direto.

SUB-AXILAR


Bom para quem está dirigindo ou no caso de pilotos de aeronave, com a ressalva de que num helicóptero, por exemplo, a arma fica apontando para sua tripulação no banco de trás. Também útil para trabalho de segurança, mas a empunhadura fica mais escrachada que no porte frontal cruzado. O saque é prejudicado e este porte oferece a arma para uma ameaça, ou seja, fica mais fácil para uma ameaça sacar que o próprio policial.

LATERAL CRUZADO

Movimento do saque prejudicado e pobre em retenção. Em geral quem usa este porte não tem ideia do que está fazendo.

LATERAL DIRETO


 Lateral direto é o mais indicado para uso diário, ele tem boa retenção, o policial consegue afastar a arma da ameaça e efetuar um saque efetivo, e o movimento fica mais natural para saque.

TORNOZELO

O primordial é forma correta de ser efetuado o saque, qual seja, o coldre deve ficar na perna contrária da mão que efetua o saque. O policial pode ajoelhar-se com uma perna, (a mesma da mão que efetua o saque); e empunhar sua arma na outra perna que vai estar semi-flexionada. Bom para usar como “back up” e para o uso velado.


Portes táticos – Coldre de Perna e de Colete
COLDRE DE PERNA


O objetivo deste coldre é levar a arma mais abaixo da linha da cintura, porque os coletes táticos carregam muito material, o que pode prejudicar o saque ou uma transição (saque da arma curta na pane da arma longa); O  coldre não deve ficar muito embaixo, no joelho por exemplo, pois vai prejudicar um deslocamento correndo, bem como muito alto na cintura, porque perde seu objetivo.

COLDRE DE COLETE
A alternativa ao coldre de perna é o de colete, que dá também muita mobilidade ao policial, natural movimento de transição se preciso, e muito útil para quem trabalha como motorista da viatura.



NÃO ORTODOXOS
Muitas vezes a atividade policial pode exigir alguns tipos de porte não ortodoxos, então o policial deve usar a criatividade, o engodo, para iludir o alvo. Pode ser a arma empunhada dentro de uma caixa de pizza, ou os exemplos a seguir:



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*Cumpre ressaltar que há bolsas específicas para uso policial, e as policiais devem encontrar um jeito de realizar seu saque eficazmente, sabendo onde se encontra sua arma dentro da bolsa se for esta sua escolha de porte.




sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Apresentação:


Meu nome não vem ao caso agora, os mais próximos sabem que eu sou, e não vou citar lugares específicos em alguns casos, e somente cumpre ressaltar que vivo no mundo da Polícia. 
Ingressei no ambiente policial em 2004, antes disso sequer sabia qual a função específica das polícias, militar, civil, federal... a não ser a comum curiosidade infanto-juvenil sobre instituições equivalentes, talvez pelo simples fato de andarem armados e em viaturas.

Quando da minha nomeação, portanto não é uma situação iniciada neste governo, e até os dias de hoje, se vive a situação “sui generis” de a Academia de Polícia não ser parte do concurso para Polícia Civil, fato este bastante grave quando analisados os perigos de se nomear policiais e não os colocarem em condições do porte de armamentos ou cientes dos procedimentos das várias técnicas e posturas dentro da condição de policial. Perigo para o policial e para a própria sociedade. Esta situação está para mudar, porque o novo estatuto da polícia civil parece contemplar a escola de formação numa das etapas do concurso, assim obrigatória antes da nomeação. Parece uma atitude acertada.

Críticas a parte, passei 3 meses como “estagiário” denominação do policial sem formação da academia, numa delegacia especializada em crimes contra o patrimônio. No começo só para confeccionar boletins de ocorrência, mas após pouco tempo já estava indo pra rua e fazendo parte de uma equipe. Isto me deixou muito ciente de que precisava cada vez mais buscar conhecimento. Após isso, aí sim, fiz minha escola de formação policial na Academia de Polícia Civil, e adquiri o mínimo de conhecimento para ingressar nos quadros da polícia; a seguir desde início de 2005 até final de 2009, estive lotado numa unidade que presta apoio às outras, na maior parte do tempo na Subdivisão de Operações, onde fiz e mantenho muitos irmãos e os mantenho até hoje.

Em dezembro de 2009 consegui transferência para minha atual unidade, onde fiquei na condição de não cursado até 2012, quando iniciei e concluí meu Curso de Operações Táticas Especiais (COTE), passando a fazer parte do time tático da mesma até maio de 2013. Experimentei então por 1 ano e meio a experiência como Tripulante Operacional de Helicópteros num Grupamento Aéreo, na época sob direção da Secretaria de Segurança Pública, para tal, concluí o Curso de Operações Aéreas da Polícia Civil do Distrito Federal, contando com o apoio da unidade co-irmã, a Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil do Distrito Federal, e tempos depois, em 2014 retornei a minha casa.

Desde 2009 participo de equipes de instrução para formação de novos policiais, e treinamentos a unidades em geral por todo estado, sobretudo em Técnicas Policais, tais como abordagem, algemamento, entradas, perímetro, entre outras; rapel; técnicas em ambientes aquáticos. Também tive a grata experiência de participar de treinamentos ministrados por policiais de outras unidades e de outros estados, como treinar com a Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a CORE, lá mesmo no Rio, e ter um segundo da rotina dos policiais de lá, que vivenciam a guerra diária contra o tráfico e as milícias.

A ideia desta página é discutir sobre técnicas, apresentar novidades e estabelecer pontos de vista sobre alguns tópicos. Assim, em primeiro lugar o que sempre é observado em unidades que se destacam positivamente no cenário nacional, é respeito e disciplina.

Respeito não quer dizer que o operacional deve se furtar a dizer o que pensa, ou que seja punido por isso, mas que toda discussão tenha por norte o bem da unidade como um todo, que todos sejam igualmente respeitados. O senso comum aceita que o bem de uma unidade é o bem para todos dentro dela. Em contra partida, privilégios e tratamentos especiais acarretarão em falsidade entre os membros da unidade, um receio de desagradar a corrente dominante e privilegiada. Tomadas de decisão quanto a assuntos não convergentes, um bom parâmetro é a experiência, portanto é tido como certo o dizer “Antiguidade é Posto!”.

O “antigão” que é comprometido com os objetivos da unidade provavelmente já viveu situações muito parecidas com a maioria dos conflitos de ideias, e pode ter opiniões que encurtem caminhos e poupem estresses. Outro ponto de convencimento é a argumentação, e para tal, o policial deve ser um estudioso para poder alimentar seus argumentos. Unidades mais táticas sempre tem uma certa tensão nestes pontos, porque muitos tem muito conhecimento, mas quando sempre treinam juntos experimentam as diversas técnicas, são capazes de chegar a um ponto em comum com a maioria e definir seus procedimentos. Isto é um grau razoável de profissionalismo, e somente se é conseguido com um comprometimento dos membros das equipes como um todo, e vem, portanto, com a disciplina.

Disciplina é a característica do policial comprometido com os seus camaradas que tem a consciência que sempre que deixar algo a ser feito, vai pesar para outro fazer. O policial disciplinado não é aquele que procura agir além de seus deveres, mas que faz sua parte. Se todos fizerem sua parte, o resultado positivo também é de todos.

Partindo desta apresentação, espero que cada vez mais, policiais interajam entre si, e principalmente busquem profissionalismo, que é a palavra chave para o combate à criminalidade.
A partir daqui passo a colocar alguns temas.
"HONOR - FIBER - FORTIS ANIMUS"

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Risk comes from not knowing what you're doing.  
(O risco aparece quando você não tem ideia do que você está fazendo - tradução livre) - Warren Buffett

Acreditando que o profissionalismo deve ser o principal norte para recuperação da imagem do profissional de segurança pública, e deixando explícito a ciência de que policiais de outras unidades com menos acesso a treinamentos, reciclagens, fontes de aprendizagem e mesmo acesso a notícias sobre tais assuntos, inicio este blog.
Muitos têm aconselhado a não fazer divulgações sobre assuntos policiais, porém após refletir cuidadosamente sobre o assunto, chego a conclusão  que grupos de discussão sobre temas básicos não vão enfraquecer ou ameaçar a polícia e afins. Os melhores instrutores que acompanhei buscam conhecimento em tais grupos, físicos ou virtuais, e os poucos que têm acesso a cursos táticos, não conseguem difundir sua aprendizagem eficazmente, o que acaba por tornar inócua a doação física, mental, financeira (pelo estado ou muitas vezes pelo próprio policial) e do tempo dispendido por este mesmo policial que participou de tais cursos.
Ao mesmo tempo fica aberto o espaço para comentários, os quais sofrerão medidas de censura quanto não pertinentes ou que provoquem lesão a direitos alheios ou, ainda, venham a ferir a imagem de qualquer unidade policial.
foto: Agência Estadual de Notícias do Estado do Paraná